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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

PRESIDENTE CUSINHO












                                  No Brasil é difícil ver uma pessoa que não tenha um apelido, e se se tornar famoso, então, chovem os apelidos, cada qual querendo agradar mais. É umas das características do brasileiro. Quando se fala na Rússia, logo vem à mente, a vodca. A Escócia lembra o whisky. A França, o vinho. E o Brasil? São que o freguês fica sem saber qual escolher. Eu resolvi escolher o puxa-saco, uma característica encontradiça até nos tempos coloniais, acho que foi até decorrência do chamado jeitinho brasileiro, ou do culto termo, homem cordial. O que mais é o homem cordial, senão o puxa-saco?  O que será o homem cordial senão aquele que se aproxima da autoridade, tentando fazer os outros virem que é intimo dela? Isto é o que o povão chama puxa-saquismo. Mas estamos falando disto? Por causa do Dr. Cusinho, sim nosso presidente.
                                      Mas que presidente a eleição ainda vai ser no dia 7 e você já sabe quem será o presidente? Como não saber se a esquerda elegeu o cara, sem que ele gastasse nem tostão? Como é que é? Sim o cara nem marqueteiro contratou. Ele disse. Eu não preciso de marqueteiro, eu tenho centenas de milhares, talvez milhões de marqueteiros gratuitamente. Como é que é? Sim cara. A esquerda, escreva, hoje, cinco de outubro,  já me elegeu. Caíram direitinho na armadilha. Eu os provocava e os bestas passavam o tempo todo falando de mim, esquecendo seus próprios candidatos. Depois me chamam de burro.
                                    Tudo bem, agora que estou eleito, vou deitar e rolar. O Bispo que cumpriu o seu papel vou lhe um emprego no Palácio.  No Palácio, fazendo o que? Ele vai se encarregar do meu cusinho. Do cusinho, excelência? É, ou você acha que um presidente vai se dar ao trabalho de limpar bosta? Será que vocês querem que só porque sou presidente tenha de saber limpar bosta? Durante a campanha uma jornalista analfabeta, veio me fazer pergunta de economia, como se eu fosse obrigado a saber de economia. Burra, para que eu quero Ministro da Economia? Para ficar coçando o saco? Eu tenho coisas mais importantes a fazer. Qual, por exemplo, presidente? ensinar nossas crianças a matar gente, elas tem de se saber se proteger, isto é primordial no meu governo. Tá, presidente, mas voltando ao limpa-bosta, por quê o senhor não contrata uma mulher para fazer isto? As mulheres tem mais jeito. Não, primeiro porque o Bispo me foi fiel, segundo porque já público e notório que eu não gosto de mulher. Mulher é a imagem do demônio, foi a mulher que fez Adão perder ao Paraíso. Mas, excelência. Não tem mais nem menos. Já disse mulher só comer e bater. Você sabia que eu nem mais vou ao psiquiatra? Não, presidente, por quê. Porque descobri que toda vez que dou um tapa numa mulher fico zen.zen, zen. Então para  que gastar dinheiro com estes caras? Dizem até que o Freud disse uma vez que consultas psiquiátricas sem pagamento não surtiam o menor efeito. Como vou acreditar então em tais médicos. Mas, Excelência, agora como presidente o Estado paga todas suas consultas. Não, prefiro continuar dando meus tabefes nas vagabundas. Vagabundas, presidente? Sim, vagabundas sim, elas adoram apanhar e serem chamadas de vagabundas, é o mesmo que chamar de rainhas.  Eu vou até experimentar chamar uma de rainha para ver a reação. Juro que ela não vai gostar, vai dizer que estou mentindo, que estou ironizando.
                                    E este apelido, presidente, o senhor não se importa, não? O brasileiro é muito carinhoso e gostam de chamar as pessoas ele gosta por um apelido. Vejam se todos nossos presidentes não tiveram apelidos. Verdade, mas o seu é um pouco estranho. Não, geralmente o brasileiro botam apelidos tirados de nossos defeitos. Assim, chamaram o Lula de Nove Dedos. Um tinha um amigo de infância, era negrinho, mas a gente lá casa gostava muito dele. Era como se fosse nosso escravo, podia até dizer, era nosso escravo, a gente fazia o que queria dele e ele sempre com um sorriso no rosto. Um dia eu fui na casa dele, era meio dia e ele estava sentado num pilão, comendo feijão. Comendo feijão puro, Joãozinho. É patrão, nós nem sempre tem carne pra comer. Eu botei o apelido nele de Feijão-Puro e você acredita que pegou? Pois pegou e todo o mundo bairro passou a chamá-lo de Feijão-Puro. E você acha que ele tinha raiva? dizia rindo e orgulhoso que fui eu quem botou este apelido. Assim eu não me importo com meu apelido. Se os médicos tiraram meu cu do cu e o puseram na barriga, tem me chamar mesmo é Cusinho. Quer dizer então, presidente, que o Bispo é o homem de seu cusinho, todos os dias ele lava com carinho,  pega aperta para sair do resto de bosta, depois lava direitinho e bota perfume pra ficar cheirosinho. Aí você já está apelando, está esculhambando. Depois vem pedir uma xepinha aqui e reclama quando eu negar. Não presidente, isto não vai sair na reportagem. É melhor porque senão eu tiro todo subsídio e propaganda do jornal e você vai para o olho da rua. Só uma pergunta, presidente, e de noite como o senhor faz para limpar a bosta? Ah, aí é que o brasileiro se esgana comigo, pensa que não sei de nada, pois de táticas e estratégias eu sou doutor. O quarto presidencial era muito grande, aí mandei tirar um pedaço e fazer uma suíte para o Bispo, qualquer coisa mando um para ele e logo ele vem me limpar. Não o perigo da mensagem ao invés de ir para o Bispo ir para o papa, não presidente. Hahahah, gosto de você porque tem senso de humor porque a maior parte dos jornalistas só me fazem perder a paciência, principalmente as mulheres. Tem que me vontade de esganar bem no meio da entrevista para o mundo todo ver. Ai, volto a mim, calma, cara tu tem uma mulher todos os dias para bater, vai jogar todo teu mandato fora,por causa de uma vagabunda. Vagabunda, sim, você se incomoda, não, presidente, apenas tomo um susto todas as vezes que o senhor se refere às mulheres como vagabundas. Vá se acostumando, então.

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