Vivemos no mundo do espetáculo, onde tudo o que conta é o mostrar-se e o sofrimento de alguns se transforma em fonte de prazer de uma multidão órfã de prazer e realização pessoal.
Há poucos dias assistimos a uma cena, na qual três personagens foram atores e vítimas desta sociedade do espetáculo invenção de um capitalismo cada vez mais selvagem e voraz: Um adolescente faminto, um classe média generoso e um agente de segurança, tão faminto quanto o adolescente, mas com obrigação de cumprir ordens de um shopping.
Gravado em tempo real e levado às redes sociais a multidão caiu em cima do segurança. Pura hipocrisia. A todo momento assistimos cenas parecidas. Podem negar, sei que todos agora são bonzinhos, mas já tivemos todos nós, pelo menos um momento em que rechaçamos um pedinte de maneira áspera.
Agora, covardemente, atrás de uma cortina de fumaça, caímos em cima de um pobre segurança, que embora de maneira errada, lutava para cumprir o seu dever, assegurar o pão de seus filhos.
Pois é, os hipócritas, ao invés de investir contra o shopping - e aqui é bom que se diga, o apelidado Shopping da Bahia, que o povo insiste em continuar chamando Iguatemi - investiu contra o proletário que estava cumprindo ordens.
A covardia é a maior característica de um povo dominado por uma mídia capitalista.
Querem o resultado? O segurança que cumpria ordens do shopping foi demitido por justa causa e o shopping, o verdadeiro autor do ato, como agente desta sociedade do espetáculo, engrandecido com este ato, que lhe serviu de propaganda gratuita. E a criança agora virou objeto da sociedade de consumo. Quando não mais servir será defenestrado.
E aí galera? atingiram o orgasmo?
E aí galera? atingiram o orgasmo?
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